nada
no buli
vexame
de fumaça
inox dável
vapor
longínquo
locomotiva
sem vagão
sem café
sem cá fé
sem cá fé
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Animus
- Sabe do que você precisa? Você precisa mesmo é de uma boa trepada. Aquela trepada de romper toda esfera de dúvidas e preocupações com ancestralidades e posteridades... nada de sexo politicamente correto... Uma trepada atemporal... cósmica... uma transa imensa... Sabe aquela trepada em que se bebe alguém e em que se é bebido? Você precisa sentir cheiro de sabonete misturado ao cheiro do sêmen ressecado na pele, dissolvendo lentamente num banho absurdo, depois de uma bela e gostosa trepada.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Anima
A finalidade deste canto
É canforar todos os cortes
Pegar no colo a indiferença
Segurar as horas de sofrimento
Abraçar apertado toda injúria
Acarinhar levemente o esquecimento
Colocar para dormir estes silêncios
Beijar docemente o rompimento
Aquecer com chá as guerras frias
Estancar as investidas do arrependimento
Meu viés que é canto de mulher cuidadeira
E faz do filho machucado pacífico vencedor.
É canforar todos os cortes
Pegar no colo a indiferença
Segurar as horas de sofrimento
Abraçar apertado toda injúria
Acarinhar levemente o esquecimento
Colocar para dormir estes silêncios
Beijar docemente o rompimento
Aquecer com chá as guerras frias
Estancar as investidas do arrependimento
Meu viés que é canto de mulher cuidadeira
E faz do filho machucado pacífico vencedor.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Canibália
No caso, aqui, ser retratada como um pedaço de bife fizesse dela uma pessoa muito mais querida, digna de alguma consideração. Infelizmente ela não era um pedaço de bife para merecer o
respeito desse garoto militante do greenpeace. Apesar de ela ser um leopardo, uma onça-de-cabo verde, era "de dia sou sua flor, de noite sou seu cavalo"; apesar disto, era um animal altivo e com habilidades, portanto não havia com que se preocupar, sempre se livraria bem das garras de predadores ou da caça de algum explorador sanguinolento (também a chamei de O leopardo, para que o seu sexo ficasse dúbio, pois sei que ela iria gostar assim, caso soubesse que alguém se importou em escrever sobre ela). Infelizmente, ou felizmente, ela tinha
uma alma anarquista e acreditava que não tinha o que ensinar a esse garoto de ideias, só lamentava o fato de não ser um mico leão-dourado, assim ela teria todas as suas atenções, a sombra do seu abraço e, principalmente, as suas palavras mais amenas. Mas essa garota em extinção só se alimenta de amor de verdade. Se ela sabe que o tempo é que faz a árvore crescer, a rosa aflorar, a tempestade silenciar, a menina ter um cheiro de mulher, há muito para se dizer? A verdade da natureza está sempre em equilíbrio, ou em busca do equilíbrio. As verdades que o garoto dizia a ela eram sempre para desequilibrar. Um tornado, por mais devastador que possa parecer, só se apresenta desta maneira trágica para os seres humanos, no entanto ele traz equilíbrio climático ao planeta. Em algum momento, e ela não sabe que culpa tinha nisto, tudo que o garoto proferia parecia um soco vulcânico sem nenhuma finalidade amorosa. Descuido? Claro. Descuidar é humano, contudo a natureza nunca é descuidada. Caso ela fosse aquele bife molinho, suculento e sangrando certamente haveria mais cuidados. Ela agora está em seu quarto ouvindo rock´n´roll no ultimo volume, se refestelando de hamburguers, pois o rock é o que mais se aproxima da vida, é um carro desgovernado que passa por cima de tudo e faz um estrago danado. Ela é feliz com suas dores, assim, vestindo peles de leopardo e acenando para seus amigos na praia. Aprendeu a ser seu próprio sol.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Todo poema se escreve só
Eu vejo do alto, os meus sapatos equilibrando-se
Na linha do Equador
Na corda bamba que balança por causa do vento
De uma frente fria de palavras sem sol
Que ele costumava falar
Mas se até tenho paz, sol e pés
Eu estou no centro do ecoa a dor
E ninguém pode me ouvir
Estou no centro do mar
No centro da terra
Na linha do meio
Só me resta ir
Descalço e sem ver
Onde os pés irão me levar
Caminhando por qualquer descaminho.
Na corda bamba que balança por causa do vento
De uma frente fria de palavras sem sol
Que ele costumava falar
Mas se até tenho paz, sol e pés
Eu estou no centro do ecoa a dor
E ninguém pode me ouvir
Estou no centro do mar
No centro da terra
Na linha do meio
Só me resta ir
Descalço e sem ver
Onde os pés irão me levar
Caminhando por qualquer descaminho.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Caracóis de sol sobre a cabeça
Eu estou sob o leme do meu coração
Um orgulho sincero de navegar
Farol lunar, horizonte magnético,
Amplitude nuclear pacificadora
Desnecessário tempestadiar
Adiar, odiar, quebrar
a corrente
Em bumerangues na hora da tormenta
Mas não me tente que eu viro raio,
Faço o céu desabar
Eu rebento
Não se exima da responsabilidade de cuidar
E cuidar muitas vezes é dizer
Cuidar muitas vezes é calar
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