sábado, 22 de agosto de 2009

Esses olhos

Olhos de investigar
Instigantes pequenos olhos
Lentes vivas com um grau de sabedoria
Fazem contato com a minha força de espírito

São igênuos esses olhos
Num outro ponto de vista
Não dirfaçam sua limpidez
Iguais à janelas abertas
Dizendo ao bandido
- Pode entrar

E como são Negros!
Não quero escurecer
Um só segundo
E fico olhando

Antes eram sorrisos,
Lábios, dentes e línguas
Que em face a soberania
Dessas suas luas: duas
Dunam-se num piscar de olhos.

O olhar, no entanto
Deixa sem paradeiro
Esse meu coração
Cegado em cheio.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Filme pornô

Filme Pornô
É linguagem,
É meta - lingual
Língua calada falando
No obscuro
O obscenico

Vai, assim...
Vai, assim...
Assim, assim...
Vai, vai...

é ritmo
é rim
é ritmo
é rim

Estômago.

Educação
Do cacete
Na mão
O controle

Ficção
Ângulo
Fixação.
Ação!

Amor na película.
Solidão.

- Eu me lembro de você
E fico em ponto de bala
Assistindo a um bom filme pornô.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Palavra Morta

Falta-me o ar
Ensaio um grito
Falta-me a forma
Até mesmo um rabisco
Um esboço do que me sufoca
Falta-me forças nas entranhas
Para fazer vingar essa pequena vida
Meter pra fora tudo que pulsa nessas vísceras
Falta-me a precisão da dor aguda em bisturi
Rasgando o meio das minhas pernas
Uma pequena incisão bastaria
Para jorrar um mundo inteiro
Mas o alívio não vem
Fico pálido, vou perdendo o ritmo
(Que antes latejava na corrente)
Agora estou mais frio que uma frígida
Embalsamada num necrotério
E morro numa sala de parto
Com um filho fétido apodrecendo
Dormindo no meu útero estéril.