quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Novas passadas com o intuito de cambiar o lirismo num chão mais duro, uma entrada nos sertões do Brasil. É pé no solo seco-rachado. A fonte se petrificando, virando caverna escura, úmida, forrada em seu teto por estalactites.
Caminho para encontrar a lucidez do fiifó frente ao olhar do artesão que remenda os tecidos rotos e olha pela janela da sua casa o mar aberto que cobre a sua cabeça. Homem calejado pela vida, alma de artista, olhar perdido, amores cactos.
A difícil e sábia decisão de sentir a vida.

domingo, 18 de setembro de 2011

Homo verticales

É céu de um dia de praia
No engarrafamento
Os raios de sol tocam a retina
E subtamente eu os sinto, com clareza,
Iluminar o abismo que há dentro de mim.

Palavras esquecidas

O meu toque não te toca mais
As palavras não te encontram mais
Minha pele já não sorve a trama da sua

Meu desejo não te encanta mais
Meus demônios tolices demais
Você vagamente vê os ponteiros se partirem

O meu tempo é estreito demais
Meu sorriso triste demais
Me sustento numa rocha a se esvair feito pó

O meu céu é escuro demais
Meu quintal revolvido demais
As estrelam cairam todas de uma vez

Eu não tenho parede nem cais
Eu não lembro, mas lembro demais
Eu não vivo, não digo e sei
Você nunca saberá o quanto.
Contra você não contra o rio
Contam lá fora que o seu bote
Navega sozinho
O vento canta uma outra pedra:
Ele diz da foz que você mudou,
Suas pedras de erguer paredes
E não caminhos.