quinta-feira, 28 de março de 2013

Na intuição do prumo
Nas nossas solidões
O amor precisa de tempo
Pois o mar de se beber
É imenso demais. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Que nada me salve
E que ninguém venha
Num domingo qualquer
Após um telefonema estranho...

Que a cura seja urgente,
Letal como um beijo
Ou a mordida de um cão raivoso
E me dê toda aquela tremedeira 

Não quero que nada me salve.


A estética do amor,
Sua forma
De pomar

O companheirismo,
Conteúdo
De se afogar.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Antídoto

Arrebata
Ar rebata
Arê bata!
Arê bata!

domingo, 17 de março de 2013

Sorumbático

A busca pelo nada
E a impossibilidade de atar qualquer laço
A vida... tanto ensaio!

E quem sabe, finalmente ser depois da morte?
Mas ser, possa ser que seja nada.

Você voltando sempre pro mesmo ponto de onde saiu
Enquanto Deus ri seu risinho de superioridade;
Isso tudo deixa esse menino muito pálido e sem vontade de comer.

Somático

Só de brincadeira, hoje eu festejarei
E eu posso me convencer disto ...?

As palavras serão azuis
A atmosfera será lilás
Os ladrilhos irão se mover pela sala
E os lírios artificiais sobre a mesa
Serão multicores balões de gás
Viajando pelo admirável mundo

E eu posso lhe condenar por isso?




domingo, 3 de março de 2013

Para Leknar

Ele me disse que a sua pele queimava de sol, então saímos para andar juntos por aí. À noite, quando nos deitávamos, eu lhe falava das coisas bonitas que tinha para lhe dizer, lhe falava das palavras que eu queria que fossem como o chá mais doce, mais reconfortante, palavras que tivessem o frescor dos olhos dele e a imensidão do meu carinho. Impossível de dizer. Nós éramos imbatíveis nos nossos passeios, podíamos andar pelo lugar mais gasto, ou mais improvável, e a vontade de seguir descobrindo não nos abandonava, parecia que iria ser sempre assim. Não vou dizer da dureza de andar sem ele. Agora prefiro que ele saiba como foi bom ter de volta, nem que por uma pequena fração de segundos, o lirismo tão essencial, a imaginação revigorada, uma ilha num mar de abraços e carícias. Ele segurou a minha mão e soltou, não sei se porque quis ou se porque necessário. De qualquer forma, o contato com a  vida sempre me diz que tudo pode mudar. Enquanto eu vou, estou submerso nesse rio que me muda, vejo as folhas que caem lá de cima pacientemente nas águas agitadas. 


sexta-feira, 1 de março de 2013

(en) cobrir

guarda-sol
de gueixa,
ice cubes
em lavabos
furtivos

salinas 
temperam
teus seios
correndo nus
por rosenas
pátrias

pubs
praças
púbis

cantina 57
membranas
miocárdio
camarões

então

vira de lado
dorme
na implosão
anti-vontade
-vulcânica
:avesso

tesão
numa tela
borrada
de cinza


...



desfocado.