segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Tamarindeiro

Sigo um rastro e no entanto o meu intento de encontrar uma estrada cercada de tamarindeiros confunde às vezes o meu pensamento. Não sei se me entrego aos tamarindeiros ou se fico em casa, sentado à mesa, escrevendo artigos em folhas secas. E além disso, tem o mar lá fora. O mar é a voz doce do cantor que ouço no rádio; me tira os pés do chão e me faz viajar distante. Vivo num barco sem norte que navega tortuosas travessias e por isso mesmo busco os meus bosques para que me protejam as árvores, para que eu possa respirar.

Então me sento à mesa e escrevo fantasias sobre lugares do fundo da minha lembrança em folhas que voam pela sala. Fico a me perguntar se quando eu morrer ainda sonharei com o tamarindeiro? Terei eu as raízes firmes na terra e darei o meu fruto para alimentar outro alguém?