terça-feira, 13 de março de 2012

Ar

Um pássaro negro voa leve
E pousa misterioso entre pés de girassóis
Alimenta-se de pétalas de luz
Inclina o peito na direção do azul
Semeia o tempo com grãos infinitos
Que saem da sua boca e enraízam a terra
Os ramos crescem, o vento e as chuvas levam as flores
Corroídas por explosões silenciosas dessa atmosfera ácida
Cansado das paisagens tristes que os invernos trazem
O pássaro voa distante em busca de verões
E solos férteis onde possa semear marés de flores
Em terras que só existem dentro dele mesmo.

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