sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Maledicências nº II

Minha palavra é amor
Amor apenas
Quando cala e reverbera
Quando ataca e quando erra

Não é metálica, precisamente cirúrgica
Mas fala do eterno não dizer da alma
Aprisionada viva em sarcófago úmido
Selado a raio com símbolos de navegações
Feitos por tiranas criaturas sem olhos
Vindas do mar negro sobre corais de ouro

O vento sopra tão escasso
Que não leva o grito estanque
Mover-se é tarefa lúgubre
Ferir a superfície dura com as próprias mãos:
O único e desesperado reverso
Do corpo d´minh´alma
Contra asfixiante prisão!

Eis que na luta submersa
A alma exausta triunfa.

Por um instante celestial:
Balé de folhas abismais

(Amar é uma conversa silenciosa
Noite escura a dentro
De mãos afagando mãos)

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