O vaso d´água sinuoso da mulher esconde as curvas que dão nos caminhos onde apenas os mais intrépidos se arriscariam a ir. O seu coração de barro precisa ser molhado todos os dias com água límpida, pois terrivelmente secaria.
Os meninos vão-se batendo os pés na poeira. O vaso do canto da sala vai parar no centro da mesa e volta a reinar entre as cadeiras, a porcelana e a seda chinesa. No primeiro pedaço de noite: a mulher, o lustre o vaso e a mesa. Ela acende uma vela para o santo, ela faz uma prece para os seus.
Seis da manhã põe-se de pé e vai logo ali no quintal buscar margaridas e um pouco d´água na cozinha, coroa o vaso com flores e encharca o seu coração de uma nova alegria.
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