segunda-feira, 11 de julho de 2011

O compromisso do amor é com o próprio amor. Hoje é um belo pretexto para sair de um minuto, fazer as malas, mover o piso de lugar, pintar de amarelo toda a mobília e transformar a vida em horas, dias, semanas, meses, estações, anos embalados pela música do mar. Criar palavras novas, uma atmosfera mais amena com um quê de tropical e algodão doce. Mentir um pouquinho é sempre um bom começo, sejamos francos. Sejamos com certo charme, afinal. O amor está aí para quem quiser beber até se fartar, portanto vamos bebê-lo ouvindo Chet Baker e tomando vinho, você e eu. Nada pode ameaçar os raios de sol que entram pela janela e esquentam o tampo de vidro da mesa. Não há nada que detenha a garota que sai encabulada para comprar pães fresquinhos todos os dias, às seis da tarde, exalando que nem rosa em botão. As minhas lembranças são como um livro virgem: ainda posso sentir o cheiro das tintas, um dia, talvez, sejam amareladas e enrugadas pelas traças, em todo caso me valho da fábula que diz: a fantasia é o maior presente dado por Deus e vice-versa, e o desejo ainda é o meio de locomoção mais eficiente.

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